segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Acabou!


Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O "acabou" sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim.
O último dia em qualquer coisa que tenha durado tempo suficiente pra me fazer dormir sorrindo com o dia seguinte. Um emprego, um curso, uma casa, uma viagem especial, um relacionamento. O ultimo dia do ano. Sempre tristes, sempre cheios de momentos em que eu preciso me isolar e ficar de um quase desespero catatônico. Uma vontade de sair correndo sem me mexer. Um pavor calmo e, pra quem nada entende de espasmos assustados, até sorridente. Abaixar e abrandar tudo em mim que ainda se debate pra continuar onde estava. Subindo loucos para a minha testa, todos eles. Eu queria poder, agora, amar demais tudo e todos. Amar daquele jeito perfeito que dura um segundo e não quer nada em troca. Mas não faço nada disso, apenas rebolo, como se eu fosse mais uma ovelha do rebanho feliz, ao som do Asa de águia.  Deixo de assustar os outros com a minha maluquice e me assusto com a maluquice dos outros em mim. Rebolo pra dar de presente ao mundo minha presença, ainda que nem eu possa senti-la nessas horas. Não sei ser feliz com os finais que chegam. Mas sempre dou um jeito de me divertir quando sou eu que, apesar de tudo, chego até o fim.

Tati Bernardi 
(Adaptado)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Refletir no gerúndio.



Fim de translação, quatro estações de aprendizagem. E que venham os próximos trezentos e sessenta e cinco dias, pois é chegado o fim de mais um ano. Especial momento em que grande parte das pessoas inicia uma longa reflexão quanto à vida. Reflexões sobre o intrigante passado, o sagrado presente e as valiosas lições reservadas para o futuro. E para explicitação da antítese, assim começa o fim do ano: Inúmeras promessas iniciadas para que o próximo ano faça valer o antigo ditado – ano novo, vida nova – que ironicamente, reflete a necessidade interior na busca por não cometer os velhos erros. Se for errando que se aprende, fundamental mesmo é errar – e se possível – cada vez mais. Errar dói... errar ensina. Que seja então, um ano de erros e também de muitos acertos

Gabriela Santos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sonho de nós dois




Era um sonho de duas pessoas que decidiu tomar um rumo diferente. Como se um sonho pudesse decidir por si só e como se nós não influenciássemos na decisão da troca de rumo. Olhávamos para a mesma direção e iríamos seguir juntos para enfrentar as adversidades que o futuro nos destinasse. Mas, por algum motivo, isso não aconteceu e não vai acontecer, estamos convictos disso. Inserimos um ponto final em meio a tantas vírgulas e pausas respiratórias da história de nós dois. De forma que, nosso sonho ainda existe mesmo que tenha se desfragmentado e tomado um rumo diferente. Ele está guardado em uma caixinha de belas lembranças no meu coração. E apesar do ponto final, é imortal.

Gabriela Santos

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Oposto ao fim


Pensamos nos outros. Que ridículo, não? Não, não há nada de ridículo nisso. O ridículo está na importância dada ao que as pessoas pensavam, no que pensam e no que vão pensar a nosso respeito, mas por pura ironia, isso na verdade, não nos interessa nenhum pouco. Afinal, além de Deus, ninguém te conhece mais do que você mesmo. E quando pensamos que tudo não vai mais funcionar corretamente, a vida nos dá provas suficientes de que o sol aparecerá de novo, mesmo que hoje seja um dia frio, nublado e chuvoso. E, apesar das inúmeras nuvens que encobrem o céu, ele não deixou de ser azul. O importante é saber que nem sempre na vida, as coisas terminam porque pensamos que é o fim. Surpreendentemente, às vezes, a vida nos prega peças, e é nessa hora que nós descobrimos que não é o fim, tudo está apenas começando.

Gabriela Santos

terça-feira, 9 de novembro de 2010

To learn.



Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo porque digo mais, se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora.

(Caio F. Abreu)

Ainda é cedo



Não, ainda não mudei, nem desisti. É que ainda é tão cedo. Mudança se faz aos poucos, de fase em fase e de um degrau de cada vez, até que enfim, eu me canse e desista. Talvez eu mude amanhã e desista em alguns segundos depois. É o que você quer? Mas, e se talvez, eu não queira mudar e muito menos desistir? É que eu gosto desse modo, apesar de não ser par, não somos sequer um coração para duas pessoas. Mas, eu não deixo de pensar nisso. E amanhã? Amanhã podemos ser, não é? Agora, você entende por que ainda é tão cedo pra mudar e mais cedo ainda pra desistir? Mais que afeto, é carinho com amor e também não sei dizer ao certo. E ainda bem que algumas coisas simplesmente não possuem explicações, ultrapassa  meu humilde entendimento. Mas, eu sinto. E tudo bem, não precisa ter pressa, eu te espero, afinal, ainda é cedo. 


Gabriela Santos

sábado, 6 de novembro de 2010

A minha melhor parte

Eu sabia que hoje você ia aparecer. Pra contar da sua vida e pra saber da minha vida. Afinal, nossa amizade é, e sempre foi assim. Ele parece ter um sensor que simplesmente identifica quando eu mais preciso dele, e por incrível que pareça, ele vem. Sempre vem sem que eu precise chamá-lo. Temos nossos altos e baixos, nossas brigas infantis, nossos defeitos. Mas nada nunca mudou entre nós e acredito que a nossa amizade supera e suporta qualquer coisa. Suporta o tempo. Suporta ventos, furacões, tornados, vulcões e maremotos, se houverem. Suporta acima de tudo, a saudade. Ele me completa de uma forma inexplicável. Conhece meus pensamentos, os meus sentimentos, as minhas angústias e os meus temores. E às vezes, ele desaparece, me fazendo pensar em que espécie de melhor amigo é você? E ainda que não esteja sempre aqui ao meu lado, ele sempre está comigo, em mim. Eu vou estar sempre pronta para tentar defendê-lo, sabendo que, se preciso, ele estará aqui também. Sempre.


Gabriela Santos
(Para o meu melhor amigo)